Notícia

Gisele Bicaletto - Publicado em 08-10-2021 12:00
Dia Mundial dos Cuidados Paliativos é celebrado em 9 de outubro
Comissão assessora a assistência ao paciente como foco na qualidade de vida (Foto: Pixabay)
Comissão assessora a assistência ao paciente como foco na qualidade de vida (Foto: Pixabay)

Amanhã, dia 9 de outubro, é celebrado o Dia Mundial de Cuidados Paliativos (CPs). Essa área, dedicada ao cuidado integral de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a vida, está contemplada no atendimento ofertado pelo Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar/Ebserh/MEC) por meio da Comissão de Cuidados Paliativos.

Os CPs consistem em uma abordagem multidisciplinar que preconizam a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, da avaliação impecável e do tratamento da dor e de outros sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. De acordo com Arlety Morais Carvalho Casale, geriatra do HU e integrante da Comissão, o foco dos CPs não está na doença, mas sim na pessoa, naquilo que é prioridade para o paciente. "Muitas vezes os tratamentos são mais agressivos que a própria doença. Todos os cuidados clínicos, médicos e as intervenções são baseadas na indicação técnica associada à preferência do paciente. A família é sempre envolvida neste processo, em que se busca cuidar do sofrimento da pessoa", aponta a médica. Daniel Dahdah, terapeuta ocupacional do HU e também integrante da Comissão, explica os princípios que guiam os cuidados paliativos: afirmar a vida e compreender a morte como um processo natural e parte da vida, sem a intenção de acelerar ou adiar a morte; oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente quanto possível até o momento da sua morte; e oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e no enfrentamento do luto.

O conceito e a indicação da abordagem em cuidados paliativos se relacionam ao sofrimento que acompanha a evolução de uma doença grave. Esse tipo de atendimento é voltado a pacientes que possuem uma doença crônica e ameaçadora da vida e que diminui a expectativa de vida do paciente, sejam crianças, sejam adultos ou idosos. São exemplos doenças como câncer, insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, cirrose, demências, dentre outras. "Os cuidados paliativos devem ser iniciados o mais precocemente possível, junto a outros tratamentos modificadores da doença, porque priorizam toda a investigação necessária para compreender o melhor tratamento que beneficiará o paciente, além do manejo dos sintomas desagradáveis que podem aparecer (dor, cansaço, falta de ar, insônia, falta de apetite, enjoo, tristeza, ansiedade)", explica Dahdah. Arlety Casale acrescenta que "já há estudos que apontando que a qualidade dos cuidados paliativos aumenta a sobrevida dos pacientes". 

Comissão do HU
A Comissão de Cuidados Paliativos do HU teve início em 2019 e seu objetivo é assessorar as unidades assistenciais do Hospital com foco na melhoria da qualidade de vida do paciente e de seus familiares diante de uma doença que ameace a vida. A equipe é composta por médicos, equipe de enfermagem, terapeuta ocupacional, nutricionista, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social, fisioterapeuta e farmacêutico. As reuniões da Comissão são semanais, mas a abordagem é diária e a equipe está em constante contato com o paciente e a família.