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Mariana Pezzo - Publicado em 22-04-2020 16:00
Empresa-filha da UFSCar produz máscara bactericida reutilizável
Máscara recebe elemento filtrante descartável nas duas circunferências laterais (Foto: Divulgação)
Máscara recebe elemento filtrante descartável nas duas circunferências laterais (Foto: Divulgação)
A Nanox Tecnologia, empresa-filha da UFSCar, acaba de lançar máscara respiratória equivalente àquelas conhecidas como N95, mas com duas vantagens importantes: é reutilizável e o material do qual é feita tem propriedades bactericidas, antifúngicas e antivirais.

O produto é resultado de parceria com a fabricante de brinquedos Elka, que buscava destinação para seu parque industrial ocioso devido à pandemia de Covid-19. O contato foi estabelecido via IEC Partners, organização dos Estados Unidos que já interagia com ambas as empresas.

As propriedades antimicrobianas da máscara são resultantes da adição de micropartículas de prata aos polímeros dos quais é constituída a sua estrutura. Embora ainda não tenha sido possível comprovar sua ação contra o SARS-CoV-2, causador da Covid-19, o material já tem ação comprovada contra outros vírus. Além disso, a ação bactericida e antifúngica ajuda a evitar outras contaminações comuns em ambientes hospitalares, como, por exemplo, a pneumonia bacteriana.

O equipamento, batizado de Oto, é uma alternativa para profissionais de Saúde e outros usuários, especialmente diante da escassez de equipamentos de proteção individual (EPIs). A higienização demanda apenas água e sabão, além da troca do elemento filtrante (do tipo PFF2, descartável, fornecido no kit junto com as máscaras). 

A empresa está recebendo pré-reservas, e as entregas devem começar no final da primeira quinzena de maio. A capacidade instalada de produção já é de 200 mil unidades por mês, mas há possibilidade de ampliação para um milhão de máscaras, de acordo com a demanda.

Mais informações em www.otomask.com.br.

Nanox
A Nanox foi criada em 2004, por estudantes de iniciação científica e mestrado da UFSCar. Ela é uma spin-off do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que tem sede na UFSCar. Na ocasião, a partir de demanda apresentada por uma fabricante de eletrodomésticos, os então estudantes vislumbraram a oportunidade de empreender na área de materiais baseados em nanotecnologia, à época quase inexistente no Brasil. Além da própria Fapesp, por meio do Programa de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), a Nanox também recebeu apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).