Notícia

Gisele Bicaletto - Publicado em 11-03-2025 17:00
Pesquisa aborda dor neonatal e empatia clínica com recém-nascidos
Participantes podem ser de qualquer região do país e podem responder até 31/3 (Foto: Pexels)
Participantes podem ser de qualquer região do país e podem responder até 31/3 (Foto: Pexels)
Conhecer as práticas de pediatras, enfermeiros e fisioterapeutas relacionadas à dor do recém-nascido e à empatia clínica. Esse é o objetivo central de pesquisa conduzida por Cristina Ortiz, docente do Departamento de Medicina (DMed) da UFSCar, no âmbito do curso de especialização em Dor da Instituição. O estudo convida profissionais de todo o País para responderem questionário sobre as temáticas.

De acordo com Ortiz, embora não haja uma definição única, a empatia clínica é a empatia que ocorre nos cuidados em saúde. "Envolve a relação paciente-profissional, no campo individual, centrado no paciente. Compreende o entendimento da perspectiva do paciente, o compartilhamento de emoção e uma ação resultante, sem contudo perder a noção do eu-ele. Nós, enquanto profissionais, jamais saberemos exatamente o que se passa com o outro, mas é fundamental que tenhamos essa intenção de forma a ajudá-lo", descreve a professora.

No caso dos recém-nascidos, o manejo da dor tem particularidades e Ortiz destaca a incapacidade de comunicação verbal desses bebês, tornando-se primordial outras formas de comunicação. "Além disso, os remédios que são usados para adultos, nem sempre são seguros para esta faixa etária. O metabolismo dos medicamentos também é diferente, devendo ser levado em consideração", exemplifica. De acordo com ela, existem escalas para avaliação da dor neonatal, mas as práticas estão aquém do desejado no que se refere ao treinamento direcionado para essa avaliação. "Nesse sentido, entender a perspectiva do bebê, compartilhar esta perspectiva e emoção envolvida e agir em resposta a isto pode contribuir para a mudança destas práticas", defende a pesquisadora.

A preparação para o atendimento qualificado à dor neonatal é uma questão importante e que demanda ações de treinamento e capacitação desses profissionais. Ortiz relata que em estudo anterior, observou-se que profissionais com residência em Neonatologia - treinamento em serviço específico para este cuidado - apresentaram maior conhecimento sobre dor nesses pacientes. "Mas temos muitos profissionais que atuam com recém-nascidos que não são especialistas", observa a professora, destacando a relevância dessa formação.

A expectativa da atual pesquisa é encontrar relação entre a empatia e as práticas em dor. A docente aponta que, se isto for comprovado, será sugerido que os treinamentos em dor incorporem a empatia clínica em seu conteúdo.

Para desenvolver o estudo, são convidados pediatras, fisioterapeutas e enfermeiros, que trabalhem com recém-nascidos, para responderem a um questionário eletrônico sobre os temas. Os profissionais interessados em colaborar com o estudo podem acessar o formulário até o final do mês de março. Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail cristina.ortiz@ufscar.br. Projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética da UFSCar (CAAE: 79823924.7.0000.5504).